Eram dias escuros e barulhentos, apesar do silêncio que invadia o meu ser.
Quis
saber o que fazer, tive medo de não mais te ver.
Temi
enlouquecer.
As
noites frias eram mudas e as celas que me separavam de ti, não podiam ser
ultrapassadas, até a outra vez.
Foi
difícil vencer tudo aquilo, nada pode ser esquecido, mas, mesmo assim, resolvi
seguir em frente, adiante, pra sempre.
A
vida e seus recomeços, ainda que em avessos.
A
liberdade, ainda que tardia, não é justiça, mas é a liberdade que se pode ter e
gozar e fluir e dançar.
Naquela
noite senti frio, tive medo, entrei em pânico de dor.
Dor
de uma saudade que corrói, de um período que mais dói do que o que jamais tinha
doido antes.
Não
é aquela dor da saudade dos amantes, é a dor da amargura da solidão.
Da
separação de tudo que sei, que conheço e que espero.
É
a dor de não saber o dia de amanhã como vai ser.
Aprendi
a sobreviver, da maneira que deu, com tudo o que tinha e com tudo aquilo que me
faltava.
Nada
disso esperava viver.
Imagine
só: um erro, um dia e uma sentença.
Nada
que se possa voltar atrás. Nada que vá além do que posso dizer ou fazer para
reparar.
Só
resta pagar e seguir a vida, ainda que mais doida depois daqueles dias que
passei, na solidão das celas frias, na escuridão de minh’alma.
Só
me resta esquecer os dias que vive naquele lugar, só assim para suportar.
Vou
seguir, agora, a partir desse novo amanhã.
Tentar
deixar o que passou e viver o novo para minha vida, querida e amada vida a ser
vivida.
Que
os anos que seguem sejam em muitos superados aos já vividos até aqui, para que
possa esquecer tudo o que passei, tudo o que se passou.
Que
aquilo que está por vir, venha e seja melhor do que antes. Bem melhor.
É
isso que preciso crer! E assim vai ser.
____Ana Paixão, em voz emprestada.
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